Maquiagens bem rapidinhas – Meu dia a dia

Hoje foi um dia cheio. Estou em Mogi Mirim, pra Páscoa, e saí com a minha mãe e minha avó de manhã – fomos comprar roupa de cama, que eu AMO, rs! -, encontrei David e mais amigos pra tomar um café/brunch numa padaria nova aqui da cidade, chama JK Pane pra quem é das redondezas, bem gostosa.

Voltei pra casa e já saí de novo pra aproveitar o fim de tarde na piscina bebendo uma brejinha com minha amiga Carol e matar as saudades. E agora eu tô correndo porque vou ao cinema com a Beca. Parece que quando a gente planeja fazer mil coisas, nada dá certo, mas quando as pessoas vão chamando e a gente vai só aceitando, sem ficar pensando muito, tudo funciona. Tipo hoje <3

Maquiagens bem rapidinhas – Meu dia a dia

Fica a nota mental para eu ficar problematizando menos várias coisas da minha vida e, algumas vezes, me deixar ser mais livre e simplesmente falar mais “sim”.

Quando eu ainda estava na Glamour, fiz parte de um projeto bem legal com a Phebo e a Glamour (era um publi da Glamour), em que gravei… 24 (!!!) vídeos pequeninos de maquiagem, cada um com um tema. Foi suuuuper legal, tive o prazer de trabalhar com pessoas incríveis, tipo a Cami Guerreiro, a Anita Castanheira, o Alesão Fagundes e a Jeniffer Sousa <3, e aprender muitão. Eram dias inteiros de gravação, muuuuita maquiagem e cabelo, um cansaço louco no fim, mas foi muito gratificante e legal ver o resultado. Gravei os últimos no Carnaval desse ano, e finalizei mais essa etapa da minha vida. E aí quis mostrar pra vocês!

Todas as maquiagens foram pensadas por mim, e foi um desafio pensar em 24 maquiagens diferentes, que tivessem a ver com os temas dos vídeos, mas posso falar? Eu gostei muito do resultado. Algumas mais do que outras, claro, mas eu gostei de ver os primeiros vídeos e os últimos e notar uma evolução. Tanto que vejo esses vídeos e vejo a preguiça que tenho no dia a dia pra me maquiar de jeitos diferentes e falo: “Que vergonha, Stephanie! Saia da mesmice!”. Estou tentando, estou tentando!

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São vidas, todas elas

Um dia, o telefone tocou muito cedo em casa. Ouvi minha mãe começar a chorar e falar pro meu pai “a Stephanie gostava muito dele, vou acordar ela”. Era meu primo, que aos 21 anos sofreu um acidente de carro e foi tirado das nossas vidas. Sua vida acabou muito antes do que deveria, e seus pais conheceram uma dor que nunca mais os abandonou.

Tudo o que eu fazia era me perguntar: por que aquilo tinha acontecido? Por que ele teve que ir? Por que Deus havia decidido que era a vez dele?

Tão jovem, tão bonito, tão querido, tão especial e gentil com todos nós. Tão cheio de sonhos, promessas, cheio de vida. Minha mãe dizia, e ainda diz, que Deus queria os bons perto dele. Eu sempre quis um motivo. Sempre quis saber porque as coisas aconteciam. E não há motivos que expliquem a morte de um jovem de 21 anos.

Não há respostas nem agora e provavelmente nunca. Só há tristeza, de sobra, a preencher todas as dúvidas e lágrimas que inundam para sempre a vida daqueles que o conheciam. A dor de ter alguém querido tirado bruscamente da sua vida é algo que todos nós um dia vamos passar ou já passamos. É um dor que não se cura. Que não se entende.

Era uma vida. Nome, sobrenome, lista de coisas que amava e lista de coisas que não amava tanto assim, comida preferida, música que fazia lembrar de alguém, herói da tv que ele queria ser igual. Sonhos, desejos,objetivos, amigos, ídolos, pai e mãe. Assim como todas as vidas que chegam ao fim antes da hora, todos os dias, em todos os lugares. Não são números. Não são estatísticas. Não são vítimas. São vidas. Pessoas. Seres humanos com histórias.

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É absolutamente cruel e desumano quando a vida de um passa a ter mais valor do que a vida do outro. E que os erros cometidos por outrem passem a ser amortizadores de uma perda. E que uma mãe tenha que provar que seu filho não merecia aquele tiro.

Têm dias que coisas maravilhosas acontecem em nossas vidas e no mundo e sinto meu coração se encher de esperança. Estamos caminhando para frente, afinal. As coisas estão melhorando. O mundo está se tornando um lugar melhor.

Mas dias como ontem, como hoje, pintam de escuridão o horizonte de um futuro melhor. Quando não se respeita a dor de uma vida perdida.

Quando apontam como culpados aqueles que mais sofrem. “Mereceu”, “Isso é karma”, “Rouba o povo, olha no que dá”. Quando tiram a responsabilidade de quem praticou o ato, para jogar a culpa nos ombros de uma mãe inconsolável.

“Será que não era bandido?”, “Por que é que morava na favela, por lá só tem bandido”, “Devia estar metido em alguma coisa”. Uma criança de dez anos. E querem justificar a sua morte. Não há justificativa. Não há motivos. Morreu e sua mãe precisa engolir o choro e provar que seu filho não merecia morrer.

QUE FILHO MERECE MORRER? Somos todos filhos de alguém, somos todos seres humanos, somos todos vidas que pulsam. E não somos nós quem dizemos quem deve morrer e quem não deve morrer.

Muito se fala da mídia nessas horas. Que fala à exaustão da morte do filho do governador, Thomaz Alckmin, e pouco fala da morte de uma criança do morro, Eduardo de Jesus Ferreira, ou dos outros tripulantes do helicóptero, Carlos Haroldo Isquerdo Gonçalves, Paulo Henrique Moraes, Erick Martinho, Leandro Souza. Valores diferentes. A vida de um vale mais do que a vida do outro? A resposta é tão óbvia. Claro que não vale. São todas vidas que não mais serão vividas.

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Assim como tantas outras vidas que tiveram seu fim antes da hora no morro, na periferia, na favela, nas ruelas e becos. Nas ruas, nos carros, nos céus, dentro de sua própria casa. Vidas que não mais serão vividas.

Devíamos lamentar da mesma forma. Sofrer e exigir justiça igualmente. Mas se não temos igualdade nem durante a vida, quem dirá na morte? Eduardo, o menino de dez anos que foi morto com um tiro de fuzil, nasceu pobre, na favela, criado com dificuldades, e com chances desiguais de “vencer na vida”.

Sua morte foi tratada com a mesma desigualdade. Vale menos. Quantos tantos outros morreram em uma viela e tiveram sua vida desvalorizada na hora da morte? Quem somos, afinal, para valorar uma vida? Para dizer quem merece ter sua morte sentida?  Para dizer quem morreu sem culpa no cartório, sem nenhum resquício de pecado, sem nenhum ponto fora da curva? São vidas.

À nossa sociedade foi dito há muito tempo atrás que uma vida valia mais do que outra. Que uma vida podia ser comprada, para servir outra vida, aquela que deveria ser vivida. Formalmente, isso acabou. É passado. Mas diariamente, na balança, uma ainda vale mais do que outra. Sua cor, sua classe, seu status, sua religião, sua orientação sexual, seu gênero, seu endereço, seus pais, seu sobrenome, sua nacionalidade aumentam ou diminuem o valor da sua vida. Até quando? São todas vidas. Que não mais serão vividas.